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Beber o “Vinho da Realeza” é possível em Portugal

Beber o “Vinho da Realeza” é possível em Portugal

Todos sabemos da secular tradição vitivinícola em Portugal, das suas histórias, mas existem algumas bastante especiais. Uma delas será a que está na génese da fantástica Quinta da Bacalhôa, que muitos desconhecerão ser uma antiga propriedade da Casa Real Portuguesa. Situada na freguesia de Azeitão, Concelho de Setúbal, mais precisamente na pequena aldeia de Vila Fresca de Azeitão, a Quinta tem como destaque o famoso Palácio da Bacalhôa.


Viagem na História

Façamos um breve enquadramento histórico, para entender a origem “Real” deste monumento. Tudo começou no século XV, quando João, Infante de Portugal, filho do rei D. João I, se serviu do espaço como sendo a sua quinta de recreio. Herdá-la-ia a sua filha, D. Brites, que após o casamento com o segundo Duque de Viseu, daria à luz o futuro Rei de Portugal, D. Manuel I, que veio a tomar posse do património da família.

A quinta viria a ser vendida em 1528 a D. Brás de Albuquerque, filho primogénito de D. Afonso de Albuquerque, a quem se reconhece o mérito do enriquecimento das construções, nomeadamente dos belos azulejos, ainda existentes.

De geração em geração a herdade veio até à posse de D. Maria Mendonça de Albuquerque, casada com D. Jerónimo Manuel, um homem conhecido pela alcunha de «Bacalhau». Este facto será a provável origem do nome «Bacalhôa».

O morgado chegaria à posse de D. José Francisco da Costa de Sousa e Albuquerque (1740-1802), armeiro mor do Reino e armador mor do Rei de Portugal, casado com Maria José de Sousa de Macedo, 2.ª viscondessa de Mesquitella, 5.ª baronesa de Mullingar (Reino Unido) e ficaria na posse da família até ser adquirida pelo Rei D. Carlos, em 1903. Vendeu-a, depois, a Raul Martins Leitão.

Eis quando o vinho se torna protagonista…

No ano de 1936, quando Orlena Scoville uma mulher norte-americana adquire a propriedade, a Quinta profissionaliza a produção de vinho, mas é já sob a posse Josè Antonio Borges, que o trabalho da vinha se tornaria uma referência em Portugal.

Bacalhôa nos dias de hoje

Atualmente a Quinta da Bacalhôa é propriedade da Fundação Berardo, que foi responsável pela classificação do Palácio como Monumento Nacional, em 1996, promovendo um incrível trabalho de preservação, que permite visitar os edifícios, os muros com torreões de cúpulas aos gomos e também o grande tanque, todas elas beneficiações mandadas construir por D. Brites no século XV, mas também as abóbadas ogivais, as janelas ao estilo renascentista, os cubelos representativos da Via Sacra e os vários elementos cerâmicos decorativos, do século XVI, alguns deles datados de 1565 com a assinatura do ceramista Francisco de Matos.

Conhecer em primeira-mão é possível

Depois desta viagem ao passado, temos uma melhor para lhe sugerir no presente. Com a Wine Tour Portugal tem a possibilidade de visitar este Monumento Nacional e de conhecer, de perto, todos os detalhes de séculos de história. Para melhorar tudo isto, terá à sua disposição provas de vinho únicas de exemplares com pedigree da realeza.

A experiência poderá tornar-se mais especial e exclusiva, porque a Bacalhôa permite aos interessados, além da visita guiada, partilhar uma refeição com um dos membros da família – e que atualmente gerem a Quinta da Bacalhôa – num momento relaxado, onde ao sabor dos pratos tradicionais da região de Setúbal, poderá conhecer em primeira-mão novos factos desta bonita história.

Por isso, já sabe, venha visitar o Palácio da Bacalhôa e descobrir uma paisagem privilegiada com um enquadramento histórico que teve início com os fundadores da Dinastia de Avis. Veja peças únicas da coleção de arte privada, passando pelos jardins e vinhas até à casa do lago, onde encontrará o primeiro azulejo datado em Portugal. No final, prove alguns dos melhores vinhos feitos em Portugal e delicie-se com os sabores da gastronomia regional.

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